A situação política e econômica pela qual passa o país é motivo de grande apreensão entre a população em geral e entre os empresários e executivos em especial. A crescimento econômico abaixo do esperado, a disparada da inflação, o dólar em alta e a falta de controle dos gastos públicos tornam a vida dos profissionais cada dia mais difícil. A impossibilidade em elaborar cenários minimamente confiáveis reduz a segurança do empresariado e tem como consequência a retração ou adiamento de investimentos, comprometendo o futuro das organizações. A redução do poder de compra de parte significativa da população, como consequência do aumento inflacionário, diminui o gasto das famílias e debilita ainda mais a nossa fragilizada economia. Como resposta as empresas cortam custos, ajustam níveis de produção e, em última instância, demitem.
Entendemos que o dever de casa precisa ser feito. As ações para atravessar este difícil período não podem esperar. Acreditamos, no entanto, que não é recomendável focar apenas nas reduções de gastos e investimentos e nas mudanças nos processos. Focar a produtividade dos profissionais, a qualificação das vendas e melhoria dos resultados é fundamental. Quem não se preparar neste momento terá mais dificuldades para manter um negócio sustentável no futuro. A remuneração variável faz todo sentido neste momento, em suas várias formas (participação nos lucros, remuneração de executivos, premiação de vendas e programas de incentivo, entre outras).
É senso comum que ferramentas utilizadas para recompensar colaboradores pelos resultados alcançados só devem ser utilizadas em momentos de expansão, o que é um grande erro. A aplicação de ferramentas de remuneração variável é muito eficaz em direcionar os esforços da empresa, de equipes e de pessoas para o alcance dos resultados esperados. Além disso, existe um conceito fundamental na sua implementação que não pode ser esquecido: O pagamento de remuneração variável só faz sentido se houver melhoria de resultados, ou seja, que sejam alcançadas ou superadas as metas estabelecidas. Se este conceito for seguido a empresa só irá incorrer em pagamento aos colaboradores se as metas previamente estabelecidas forem alcançadas.
Entretanto, alguns requisitos precisam ser respeitados para que os bons resultados sejam alcançados. Dois deles se destacam:
1) Desdobramento das metas na estrutura organizacional – o correto desdobramento das metas na estrutura empresarial é fundamental para que as metas corporativas sejam alcançadas. As metas desdobradas adequadamente serão alcançadas como consequência do alcance das metas individuais e setoriais;
2) Planos de ação – É imprescindível que sejam elaborados e acompanhados planos de ação para implementação das mudanças necessárias, pois sabemos que não é possível alcançar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas.
José Carlos Bastos é Diretor-proprietário da TOTAL Consultoria Empresarial.